sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Avenida Brasil: A Grande Virada


     Ele fez de novo. Melhor autor da Rede Globo na atualidade, João Emanuel Carneiro se transformou no grande menestrel das emoções dos brasileiros. E Avenida Brasil é a prova viva disso. Mesmo quem, às vezes, se irrita com Nina (Débora Falabella) e acha Jorginho (Cauã Reymond) chorão demais, não consegue ficar imune a essa trama diabólica. Apesar de muito jovem, o novelista sabe manipular as reações de seu público e, para isso, não faz concessões.Não tem medo de contrariar o espectador, seja matando um personagem querido (Afonso Lambertini, vivido por Lima Duarte em Da Cor do Pecado, 2003) ou fazer de uma aparente mocinha a grande vilã de sua história (Flora, Patrícia Pillar em A Favorita, 2008).  E, danado, ele sempre consegue provar que suas opções ousadas eram mesmo as melhores. Como todo mundo, eu estava esperando o autor promover a tão esperada virada de sua história, no capitulo 100, exibido na quinta 19.E foi mesmo de arrepiar acompanhar a descoberta de Carminha (Adriana Esteves) de que Nina é sua ex-enteada e arqui-inimiga, Rita.
      A vilã estava dormindo com o inimigo o tempo todo e, por mais que sua intuição tentasse alertá-la, nunca desconfiou de nada. Adriana Esteves não desperdiçou nem um mísero detalhe de cada cena que tinha nas mãos, brindando o espectador com doses cavalares de muito ódio e rancor. É uma atriz em estado de graça, vivendo a personagem de sua vida. Mas o melhor ainda está por vir, gente!
     Avenida Brasil entra agora numa nova fase, em que a guerra entre Carminha e Nina se torna mais óbvia e mortífera. E o que vem por aí é para os fortes. Aconselho aos fracotes de plantão que nem se aproximem da telinha porque esse duelo de titãs não poupará os nervos de ninguém. A vingança de Carmem Lúcia será feita em tons sombrios e macabros, no estilo do inesquecível e assustador assassinato do ricaço Gonçalo Venturini (Mauro Mendonça), cometido por Flora, em A Favorita. Com a ajuda de Lúcio (Emiliano Ribeiro), Carminha simplesmente enterrará Nina viva, deixando bem claro que sua crueldade não tem limites. Para escrever e gravar essas sequências, João Emanuel criou um esquema de segurança do nível da CIA e do FBI. Apenas meia dúzia de gatos pingados teve acesso aos capítulos completos e menos gente ainda participou das gravações.
      Já Débora Falabella imergiu na personagem e praticamente se alimenta apenas da Nina. E não é para menos, já que a empreguete nunca teve um minuto de paz e exibiu da atriz uma entrega tão forte, que se reflete na tela. Nina é tão complexa, que divide opiniões. Ou você ama a moça e torce por sua luta por justiça ou tem horror ao egoísmo da garota e não vê a hora de ela se dar mal. Não há meio termo. Mas será graças a Lúcio que ela escapará e irá arquitetar sua revanche. E talvez aí ela consiga a redenção junto à parcela do público que a rejeita.
      A cozinheira voltará por cima da carne seca e, munida de provas contra sua inimiga, passará a chantagear e torturar Carminha psicologicamente, levando-a as raias da loucura. Só que a loura má é cobra cascavel e seu veneno é cruel. E Nina que se cuide porque Carmem Lúcia dará o troco quando ela menos esperar… Segundo o próprio novelista, esse bangue-bangue entre Carminha e Nina irá durar até o final da novela, em outubro. E apenas Deus e João Emanuel Carneiro sabem que destino terá essa dupla antológica. Mas, até lá, haja nervos para tanta adrenalina!

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